A maior competição entre clubes da América do Sul, a Copa Libertadores da América já teve 52 edições e 22 campeões diferentes. O maior vencedor da competição é o clube argentino Independiente, que chegou no topo da América nada menos do que sete vezes (1964, 1965, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1984). 

Organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), a Copa Libertadores da América está entre as três principais competições entre clubes do mundo (ao lado do Mundial de Clubes da FIFA e da UEFA Champions League).

COMO TUDO COMEÇOU

O projeto de uma competição que reunia campeões nacionais surgiu em 1958, no Congresso da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF/CONMEBOL), no Rio de Janeiro. O objetivo do Congresso era o de criar um torneio que reunisse todos os campeões nacionais do continente, semelhante a da UEFA Champions League, que havia começado a ser disputada três anos antes. A própria UEFA apoiou a criação deste tipo de competição na América do Sul, visando a criação de um torneio de status Mundial disputado entre os campeões dos dois torneios. Para isso, havia um estudo de competições semelhantes já realizadas, como, por exemplo, a Copa Rio da Prata, torneio disputado entre os campeões da Argentina e do Uruguai na década de 30. Mas a principal referência utilizada na elaboração do projeto foi o Campeonato Sul Americano de Clubes Campeões, realizado em 1948, em Santiago, no Chile. 

A primeira ideia de se fazer um campeonato entre todos os campeões nacionais do continente foi dos dirigentes do Nacional-URU, Roberto Espil e José Usera Bermudez, em 1929. Porém, a ideia não foi a frente e acabou sendo arquivada.

17 anos depois, em 1946, o mesmo Roberto Espil resolveu analisar mais cuidadosamente as distâncias e geografia de todo o continente e deduziu que, além de participação dos campeões, seria totalmente viável incluir também os vice-campeões nacionais.

O que ele não esperava é que, dois anos depois, Robinson Alvarez Marín, dirigente do Colo-Colo, tirasse a ideia do papel e colocasse a frente o projeto de Espil. A Confederação Sul Americana de Futebol deu o aval e apoiou a criação da "Taça America del Sur", mais conhecida como Campeonato Sul Americano de Clubes Campeões. No Sul Americano, participaram Colo Colo (campeão chileno em 1947), Nacional (campeão uruguaio em 1947), River Plate (campeão argentino em 1947), Litoral (campeão boliviano de 1947), Municipal (vice campeão peruano em 1947), Emelec (campeão de Guayaquil em 1946 e 1948) e Vasco da Gama (campeão carioca e base da seleção brasileira em 1947). O sistema da competição era por pontos corridos em turno único e o campeão foi a equipe cruzmaltina, feito que orgulha seus torcedores até hoje.

No dia 5 de março de 1959 ocorreu o trigésimo Congresso Ordinário da CONMEBOL em Buenos Aires, na Argentina, país-sede da Copa América daquele ano. Os dirigentes, presentes no salão principal da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), concordaram com o projeto de um "Campeonato de Campeões", apresentado por Brasil e Chile. A moção foi aceita por ampla maioria de votos, e só não foi unânime pelo voto contrário do Uruguai. Projeto aceito, ainda restavam definir inúmeras questões de organização, redigir um regulamento e nomear o torneio. Após outras várias reuniões se decidiu que participariam os campeões de cada país e que, diante da negativa do campeão em participar, o vice-campeão o substituiria. Também decidiram realizar a primeira edição somente se quatro equipes confirmassem sua participação.